Qual a DIFERENÇA ENTRE CACHORROS E GATOS? Entenda as PARTICULARIDADES E REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS DOS GATOS.

Qual a diferença entre um cachorro e um gato? Entenda as particularidades e os requerimentos nutricionais dos gatos!

1) Algumas Diferenças entre Cachorros e Gatos (Particularidades dos Gatos em Relação aos Cachorros e outras Espécies):

O gato, pessoal, não é um cão bigodudo! É considerada uma outra espécie (Felina) e tem várias particularidades ao compararmos com os cachorros. Só para vocês terem ideia: em relação ao trado digestório dos gatos, os mesmos são mais curtos ao compararmos com os cães. Em relação as dentições, também são diferentes. Gatos possuem dentição mais simples (possuem menos molares e pré molares ao compararmos com os cachorros. Os dentes molares dos gatos não apresentam fissuras na coroa.
dentição dos gatos
Foto mostrando todos os dentes dos gatos e cada cor representa uma categoria de dente.
Foto mostrando todos os dentes dos cachorros e cada cor representa uma categoria de dente.

Gatos também não percebem sabores adocicados. Isso nos mostra o quanto na natureza eles entram pouco em contato com sabores doces, como: frutas e vegetais. Muitos nos falam: mas meu gato é diferente! Ele ama mamão e sorvete! E nós respondemos: apesar de gostar desses alimentos adocicados, o sabor doce os gatos não conseguem sentir. Talvez outra coisa nesses alimentos possam atrair os gatos ao invés do sabor adocicado que eles não sentem, como: leite (presente no sorvete), textura interessante do sorvete ou mamão (textura mais fláscida e pegajosa) e outras mais. Não necessariamente devido ao sabor adocicado. Já o cão, por outro lado, percebe sabores adocicados. Viu como as duas espécies são bem diferentes? E olha que nem comparamos muitas coisas. Porém, já deu para perceber bastante diferença entre cachorro e gato. Uma outra diferença é em relação ao ciclo da ureia do gato que não se adapta à composição super protéica da dieta do próprio gato. Isso nos mostra o motivo da ração do gato ser mais cara que a do cachorro. Isso se dá, pois ela necessita de mais proteína em relação a ração do cachorro. Por isso podemos dar a ração do gato para o cachorro, já que tem tese a qualidade é superior a do próprio cachorro, mas não podemos fazer o contrário. Esse fato ocorre, pois a ração do cachorro acaba não possuindo o teor de proteína mínimo, que é bem elevado, que os gatos necessitam. Como os gatos são carnívoros estrito e na natureza consomem grandes quantidade de músculos, vísceras e outras coisas mais, eles necessitam ter um sistema de desintoxicação do metabolismo dessa alta quantidade de proteína (”proteína excessiva”) que ele mesmo consome. Isso que faz o ciclo da ureia do gato. Tal ciclo é feito e refeito para não ocorrer tal intoxicação pela amônia que deriva do metabolismo da proteína dietética. Nos gatos esse ciclo da ureia não para e não desliga. Por esse motivo, se você não der uma alimentação minimamente proteica para seu gato, o ciclo da ureia irá utilizar até mesmo a proteína da musculatura do próprio gato. Isso fará com que ele desenvolva um quadro de doença. Isso é bem interessante, pois mesmo aqueles gatos com doença renal crônica ou doença renal aguda você irá perceber que a dieta ainda é rica em proteínas, pois os gatos não conseguem “desligar” esse ciclo da ureia. Concluímos então uma nova diferença entre gatos e cachorros e que a dieta dos gatos tem que ser compatível com isso e ser bem protéica. Arginina também é necessária para o ciclo da ureia e evitar que o gato se entoxique. Gatos necessitam bastante desse outro aminoácido.
Gatos e cachorros são carnívoros. Porém, os gatos são muito mais carnívoros que os cachorros. São considerados carnívoros estritos, ou seja, que consomem somente proteína de origem animal (carne).
Diferente dos cachorros, gatos não possui amilase salivar. Desse modo, não conseguem dar início a digestão dos vegetais e carboidratos na boca. Já que, a amilase salivar é uma das responsáveis pela digestão desses compostos.
Gatos também possuem atividade reduzida das enzimas amilase pancreática e intestinal, glucoquinase e dissacaridases duodenais. Isso nos mostra uma série de limitações enzimáticas para digestão de vegetais e carboidratos que esses felinos apresentam. Deficiências essas muito maiores que nos cachorros. Além de tudo isso, tem ausência da enzima frutoquinase.

É bom dizer também que os gatos perderam vias de metabolização de nutrientes origem vegetais. Temos que entender muito isso, pois é impossível o gato ser vegetariano ou vegano. Ele é o ser mais carnívoro que existe.

2) Requerimentos Dietéticos Particulares dos Gatos em Relação aos Cachorros e Outras Espécies:

Gatos tem requerimentos dietéticos particulares e diferentes dos requerimentos dos cachorros. Um requerimento especial para os gatos é em relação a Taurina. Os felinos possuem alta necessidade desse aminoácido. Gatos não conseguem sintetizá-lo em seu organismo à partir de outros dois aminoácidos (cisteína e metionina). Esse aminoácido, a taurina, é muito importante para produção de ácidos biliares, saúde do coração, plaquetas e saúde dos olhos. Por outro lado, o cão já consegue fabricar a própria taurina. Em relação ao nosso conhecimento sobre a taurina para gatos e cachorros, podemos agradecer a indústria de ração, pois foram eles que trouxeram esse conhecimento para nós. Já que as primeiras rações desenvolvidas para gatos não tinham enriquecimento com taurina, pois não se conhecia tal requerimento (estamos falando das primeiras rações produzidas em 1940). Essas primeiras rações mencionadas anteriormente eram pobres em taurina e os gatos começaram a comê-las e também ficavam sem acesso a vida livre (rua) para complementar a dieta com presas. Isso acabava fazendo com que eles desenvolvessem cegueira ou problemas no coração. Desse modo, os pesquisadores das fábricas de ração começaram a investigar e chegaram na resposta para isso: deficiência de taurina. Desde então todo alimento para gatos é enriquecido com taurina. Isso é uma obrigatoriedade.

Composição do aminoácido Taurina. A taurina é um aminoácido essencial para os gatos.
A taurina é um aminoácido presenta na musculatura e vísceras. Ela não está presente em alimentos de origem vegetal e sim animal. É um aminoácido muito sensível. Quando cozinhamos, moemos, congelamos por muito tempo ou a carne fica muito tempo exposta, essa taurina se perde por reagir com o oxigênio.

Outra diferença em relação aos requerimentos nutricionais dos gatos é devido a sua pouca síntese do ácido araquidônio (ômega da série 6) à partir de ácido linoleico que são de origem vegetais. A dieta do gato precisa de ácido araquidônio (gordura do frango ou suína ou bovina).

Também não sintetizam niacina suficiente à partir do aminoácido triptofano (aminoácido encontrado em vegetais). Por esse motivo, eles precisam ingerir a niacina já pronta e a mesma deve estar presente em alimentos de origem animal.

Outra diferença é que não convertem o betacaroteno em vitamina A (a vitamina A também é chamada de retinol. É é a forma ativa do betacaroteno). É sempre bom lembrar que gatos podem comer rios de cenoura e mesmo assim não irão fabricar a própria vitamina A à partir do betacaroteno, já que esse betacaroteno continuará como betacaroteno no organismo do gato. Não irá se transformar em vitamina A. Lembrando que essa vitamina A está presente em grandes quantidades no fígado. Por isso eles precisam desse órgão para suprir as necessidades dessa vitamina.

O fígado é um excelente alimento para os gatos. É fonte de vitamina A, além de várias outras vitaminas, minerais e até de macronutrientes (nutrientes que fornecem calorias a dieta).

Os gatos também não aproveitam ômega 3 de origem vegetal. É bom dizer que esse ômega 3 também não é muito aproveitado pelos cachorros. Os ômegas 3 de origem vegetal são os ômegas ALA alfa linolênico encontrado na chia, castanhas e na linhaça. Eles não conseguem alongar essa cadeia de ácido graxo e aproveitar o ALA. Para os gatos o ômega 3 precisa vir de origem animal, como: krill, peixes, sardinha e outros. Gatos tem também elevado requerimento de vitamina B6 (piridoxina) ao compararmos com os cachorros. Isso ocorre por conta do catabolismo proteico (utilização da proteína para produção de energia). Já que, como os gatos ficam catabolizando muita proteína, existe a necessidade de muita vitamina B6.

Gatos são bem mais eficientes em aproveitar vitamina D encontrada na forma colecalciferou (D3) (encontrados em alimentos de origem animal) do que na forma ergocalciferol (D2) (encontrado em alimentos de origem vegetal). Fora que eles não conseguem aproveitar a luz solar (sol) como nós, seres humanos, para produzir a vitamina D. Tem que obter exclusivamente da dieta. Em relação aos cachorros nesse quesito? Idem! Também não conseguem produzir vitamina D à partir da luz solar (sol). Para mais dicas de saúde, prevenção de longevidade para cachorros e gatos não deixe de se inscrever no nosso canal do YouTube! Colocamos vídeos semanais para vocês! CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER!

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